sábado, 18 de dezembro de 2010

Sem Nome (Sin Nombre) - 2009




Adorei o filme! É um filme carregado de emoção.

Ajuda-nos a ter uma noção do que muitos imigrantes têm de passar para conseguir chegar aos seus destinos.

Os sofrimentos de famílias que cruzam países (Guatemala, Honduras, México, etc…) para chegar ao seu destino tão ambicionado… Estados Unidos da América, fugindo e escondendo-se dos “fantasmas” das autoridades e de gangs que vivem do assalto, do furto e da violência.

O filme retrata essas dificuldades e sacrifícios que muitas famílias têm de passar, sendo muitas vezes separadas, com a quimera de se voltarem a encontrar brevemente, mas também com a ameaça de que o destino os pode definitivamente separar.

Este sofrimento de imigrantes ilegais, cruza-se com submundos de gangs, espalhados por vários estados/países.

Um jovem (Edgar flores) membro destes clãs organizados acaba de perder o seu amor. A sua vida deixa de fazer sentido, e o personagem trai o líder do seu gang para salvar uma jovem (Paulina Gaitan) imigrante clandestina, com a qual acaba por estabelece laços muito fortes. A desordem desse membro do gang (ainda que a querer fazer justiça), leva à sua demanda, com o objectivo de ser morto o “traidor”.

Todo o filme traz-nos o retrato da pobreza extrema na América do sul, cheio de silêncios perturbadores e carregado de mensagens trocadas pelos olhares de sofrimento e desespero dos personagens e, paralelamente, presenteia-nos com belos cenários de campos verdejantes e lindas paisagens naturais durante a viagem de comboio.

O final, não mostra o destino de grande parte desses emigrantes que pensam ir encontrar o país do el dourado, mas nem sempre são presenteados com as maravilhas idealizadas (muito pelo contrário).

Faz-me reportar a situação para o nosso país e olhar para os “guetos” sociais em Portugal, nos quais vive a maioria dos imigrantes (legais e ilegais), provindos essencialmente de África, leste da Europa e Brasil, e pensar se eles tiveram de passar por situações semelhantes ou piores, e se esse percurso compensa, para vir viver nas situações precárias, (das quais apenas conseguimos ver uma franja).

Mais uma vez, fora de Hollywood, a América Central (México) ” a dar cartas”, numa bela produção cinematográfica, realizada por Cary Fukunaga.

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