quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O Segredo de Seus Olhos - (El Secreto de Sus Ojos) - 2009



Uma excelente obra da 7ª arte. Adorei o filme… bem merecida a estatueta de melhor filme estrangeiro! É o exemplo de que não é só em Hollywood que se fazem bons filmes, neste caso, a Argentina/ Espanha dão provas disso.

O filme desenrola-se em 2 cenários temporais, 1974 e finais dos anos 80. Um detective (Ricardo Darín), que já na sua reforma tenta escrever um livro acerca de um caso que o marcou muito no passado enquanto agente de policia: 2 mortes trágicas e brutais, uma das quais o seu melhor amigo (sempre embriagado mas muito fiel).

Mas a história do seu livro está incompleta e o escritor, vai à procura do final da história… revivendo todo o passado e descobrindo peças do puzzle que completam o seu romance policial.

Uma mulher é brutalmente assassinada. O seu marido pede justiça e o assassino é preso. Mas a passividade do sistema de justiça argentino, leva a que num curto período de tempo, o preso esteja em liberdade. Esta liberdade do assassino, desponta nele um sentimento de vingança.

No meio de todo este enredo, uma morte trágica consegue bem espelhar o que se pode considerar uma verdadeira amizade.

Paralelamente a uma relação profissional, desenrola-se uma ligação emocional muito forte. Os olhos são a manifestação dos sentimentos vividos e revividos pelo detective e uma magistrada (Soledad Villamil).

Vivem e revivem momentos vividos de um passado que ambos viveram. O profissional vai-se transformando em emocional. Essa troca de olhares entre uma magistrada e um detective deixa de ser apenas uma simples observação profissional para se transformar em contemplação emocional.

O filme também “traz à baila” a discussão entre a Pena de Morte e a Prisão Perpétua. Qual das duas deve imperar?

Uma dor instantânea e brutal, que em segundos retira do mundo a existência a um ser humano, deixando para traz uma vida, que com voltas e reviravoltas ainda poderá ser vivida? Ou a privação de liberdade para o resto dos dias do ser humano, fazendo-o carregar um peso na sua consciência através de um continuo e enorme sofrimento físico e psicológico, que só o levarão a pensar na morte?

As respostas dividem-se mas no final do filme o realizador (Juan José Campanella) encarrega-se de tomar uma decisão.

Acho que é de realçar a excelente caracterização e representação da década de 70 e 80 e o pormenor (importante) de uma máquina de escrever não ter a letra “A”.

Volto a dizer: Excelente filme!

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