domingo, 1 de maio de 2011

'15 filmes da minha vida' - Nº04 - 21 Gramas (2003)



"Quantas vidas vivemos? Quantas vezes morremos? Dizem que todos nós perdemos 21 gramas no momento exacto de nossa morte. Todos. Quanto cabe em 21 gramas? Quanto é perdido quando perdemos 21 gramas? Quanto se vai com eles? Quanto é ganho? 21 gramas. O peso de cinco moedas de cinco centavos, o peso de um beija-flor. Uma barra de chocolate. Quanto pesam 21 gramas?"

É uma frase que retirei do filme e que justifica o porquê do nome do seu nome. É um filme arrepiante. Um filme partido aos pedaços que vão sendo colados e vai sendo delineado um argumento fantástico. Uma história que gira à volta do Amor, da Família, da Alma, da Fé, da Vida e da Morte.

São 3 os personagens, cujas vidas são como uns “novelos” que são atirados ao mundo e se vão entrelaçando e cruzando das melhores e das piores formas possíveis. A cor de cada “novelo” é indefinida… cada momento que cada personagem atravessa no filme dá à sua linha de “novelo” de vida uma cor que, ora colorida, ora cinzenta, vai constituindo o excelente “tear” que o realizador Alejandro González Iñárritu realizou.

Paul (Sean Penn), um homem que tem os dias de vida “contados”, precisa urgentemente de um dador de coração, para poder continuar a viver, mesmo sem certezas da longevidade da sua vida. Vive com uma companheira, com a obsessão de ser mãe.

Christina (Naomi Watts), uma mulher que se depara com um dos piores cenários que a vida nos pode reservar: Perder o marido e as filhas num acidente brutal de automóvel. As filhas morrem imediatamente, e o marido não sobreviverá muitas mais horas. Uma mulher cuja felicidade era quase plena, com uma família perfeita, vê a vida deixar-se levar, e cair nos vícios da droga, álcool, etc, com a obcessão de vingar a morte dos seus queridos.

Jack (Benicio Del Toro), um ex-presidiário, rendido à sua fé em Deus, tenta passar uma esponja no seu passado e construir o seu futuro procurando a felicidade agarrado aos valores “família”, “religião” e “integridade”. Mas os “altos e baixos” da vida, conseguem fazer que, por vezes, um homem perca todas as suas forças para agarrar qualquer “valor”… inclusive a sua fé, que se transforma em dúvida.

Jack, no seu dia de aniversário, a caminho de sua casa, onde a família e amigos lhe prepararam uma festa, atropela acidentalmente 3 pessoas. Esse trágico acontecimento, retira o sentido de vida a Christina, mas dá “Vida”(literalmente) a Paul, oferecendo-lhe um coração.

Paul tenta saber quem foi o dador do seu coração, quem lhe devolveu a vida, e acaba por encontrar Christina. O novo coração de Paul continua a sentir o que o anterior “dono” sentia pela mesma pessoa….Amor.Será possível que um coração, continue a bater mais forte junto da mesma pessoa, que o seu anterior “proprietário” amava? Será que o amor pela mesma pessoa permanece num coração eternamente?

O filme não é sequencial… é um filme cujas suas cenas são flash´s ao passado, ao futuro e ao presente, que se vão colando e com o avançar do filme, ajudam-nos a perceber o enredo e a história. Quanto mais se aproxima do fim mais empolgante se torna, pois alguns desses flash´s, que parecem incongruentes, se vão tornando mais claros, com o que a cena seguinte nos brinda!

Naomi Watts ganhou o prémio de “Melhor Actriz” e Benito Del Toro de “Melhor Actor Secundário”, prémios muito bem entregues, pelos seus excelentes desempenhos.

Neste meu comentário, poderia ainda escrever sobre conceitos como a “Inseminação artificial”, o “aborto”, o “suicídio”, entre outros temas e ideias que vêm “à baila” no filme, mas o melhor mesmo é ver ou rever o filme.

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