segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

'15 filmes da minha vida' - Nº13 - O Nome da Rosa (1986)



Baseado num romance de Umberto Eco, “O Nome da Rosa” leva-nos para a idade média. A cena do filme passa-se no século XIV, num convento nos Alpes italianos, e retrata-nos a forma de agir da igreja católica daqueles tempos.

Não há dúvidas que a religião tem, e é uma grande força na sociedade. É, sempre foi e penso que continuará a ser. Mas, como qualquer outra organização, sendo “gerida” pelo Homem, é natural haver erro… a "Santa Inquisição" é um claro exemplo disso.

O conhecimento era um privilégio de apenas alguns, e nem tudo poderia ser lido. Tudo aquilo que pusesse em causa a igreja, ou tivesse alguma linguagem menos leviana, era condenado ou destruído.

A esse convento, onde o hábito e o ritual eram para ser cumpridos e quem não obedecesse era severamente punido, chega o frade franciscano William de Baskerville (Sean Connery). Um frade diferente, mais progressista e “open mind” que começa a pôr em causa certos procedimentos internos do convento e a descobrir o que a tradição não queria mostrar.

Num clima de grande tensão, começam a suceder-se assassinatos e contrariando as regras do convento, o novo frade, juntamente com o seu assistente novato (Adson), envolvem-se no desvendar desses e outros mistérios, descobrindo alguns segredos que põe em perigo algumas pessoas dentro do mosteiro.

O poderio de uma classe social como o Clero, liderado pela “Santa Inquisição”, é no filme, preponderante na tomada de decisões. A fé pretende tapar os olhos da razão e não contrariar a tradição. Desta forma, pobres dementes, como o pobre “Salvatore” (Ron Perlman), acabam por ser injustamente acusados servindo de “bodes expiatórios” para encobrir as verdades inconvenientes.

Com o desenrolar da história, percebemos a forma ortodoxa com que os frades mais ávidos de conhecimento eram proibidos de ler alguns livros e misteriosamente morriam!!

Uma parte do filme, fez-me lembrar a Biblioteca de Alexandria, cujo conhecimento foi todo entregue às chamas… o que seria se todo o conhecimento que a Santa Inquisição destruiu (queimando os livros e os seus autores), ainda existisse? Certamente o mundo estaria mais desenvolvido e avançado.

É também demonstrada como a vocação para ser frade poderia ser posta em causa quando algumas das “tentações” como o amor carnal fossem descobertas, e afinal o caminho daqueles que estavam predestinados a ser frades, podia ser outro.

Um excelente filme!

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