quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

´15 filmes da minha vida´ - Nº2 - A Vida é Bela (1997)

Podemos escolher a atitude que temos perante a vida? Roberto Benigni afirma definitivamente que sim. Mesmo quando a guerra nos acena, mesmo quando a perversidade nos olha de soslaio. No meio do sujo e do feio é possível preservar o belo. Este filme prova-o. A Vida é Bela é um filme sobre o triunfo do amor. O amor entre homem e mulher, entre pai e filho, entre o ser humano e a vida. Guido Orefice (Benigni), é um incansável optimista, alguém que inspira os que estão disponíveis para amar (e os que estão menos) que se cruzam no seu caminho. Certo dia, Guido espalha-se contra o amor da sua vida: Dora (Nicoletta Braschi), a sua principessa. Guido tem um plano, ser o ator principal num filme de amor, de uma película que se confunda com o dia a dia e que se torne ela mesmo, realidade. O desafio começa, de peripécia em peripécia, de heroísmo em heroísmo. Guido e Dora são felizes juntos, eles passeiam de mão dada, eles dançam à chuva, eles educam um filho. Até que o negro surge no horizonte. Sob a forma de uma farda cinzenta e de um olhar metálico. A ameaça nazi havia chegado à Itália. De um dia para o outro, Guido e Dora veem-se separados pelos alemães. Destinados a morrer, Guido segura-se no seu filho, Giosué Orefice (Giorgio Cantarini), e ao seu… otimismo. Para Guido a vida tem um sentido, voltar a ver Dora, preservar a vida do seu filho e a sua e voltar a respirar sob um céu azul brilhante. Quanto ao sorriso, esse dificilmente desaparecerá. Mesmo estando dentro de um campo de concentração. A esperança de um futuro melhor torna-se no jogo prático do dia a dia. É possível transformar o desespero de estar num campo de concentração numa entretida atividade que envolve sistema de pontuação e prémios? Guido consegue-o pelo filho. É a família que o prende à vida. Ele, o livre espirito. Tal como um dia não deixou de ser determinado quando resgatou a sua principessa das mãos de um incómodo noivo, também agora irá ludibriar e passar a perna a alemães sisudos e mecânicos. A aventura continua. Esta é uma história que me custa acreditar. De tão heróica, de tão bela, de tão perfeita. É muito difícil derrubar monstros. Roberto Benigni fá-lo muito ao seu jeito. Com um entusiasmo e um positivismo que contagia. Talvez dificilmente algo assim se passe na realidade. Mas uma coisa é certa, a atitude depois de ver este filme nunca mais será a mesma.