domingo, 10 de abril de 2011

'15 filmes da minha vida' - Nº07 - Os Condenados de Shawshank (1994)



É um filme esplendoroso. Tinha-o visto à cerca de 5 anos e revi-o agora novamente para confirmar as minhas certezas de que se trata de um filme merecedor de um "oscar" no meu pódio de filmes.

O tempo passa… é um filme que remonta a 1994 (já lá vão 17 anos) e são visíveis os sinais do tempo nos grandes actores Morgan Freeman e Tim Robbins.

Tal como o meu 15º filme (Million Dollar Baby), este é um filme, cuja história é narrada por Morgan Freeman (Red), que é o grande amigo do personagem principal - Andy (Tim Robbins).

Andy é um banqueiro, muito bem profissionalmente, que se vê traído pela mulher com outro homem, e posteriormente, traído pela justiça, acabando, injustamente, por ser condenado a prisão perpétua.

Andy, entra na prisão como “new fish”, mas com o tempo acaba por se inserir no meio e vai-se apercebendo como funciona aquele mundo. É um filme que aborda o conceito de “institucionalização”, e que poderia servir de exemplo para aulas de psicologia e sociologia.

Um recluso preso à décadas, é uma pessoa que se adaptou a um meio, onde criou laços durante quase uma vida. Quando lhe é concedida liberdade, essa liberdade é encarada com um mix de alegria e tristeza. Alegria porque sempre foi o que desejou desde que para ali entrou, mas por outro lado, tristeza e medo (que podem ser fatais), consciente da sua fragilidade para um novo mundo (tão diferente daquele que deixou antes de entrar), e desprovidos de qualquer apoio familiar.

Essa forte “institucionalização” que está enraizada nos ex-reclusos, fá-los, no seu quotidiano, tomarem atitudes tão ridículas como pedir autorização para ir à casa de banho (como se a sua vida se continuasse a ser uma prisão).

Estas situações são visíveis nalguns reclusos, colegas de Andy, que vão abandonando a prisão, mas não é o caso do actor principal. Andy, sonha… e o seu atípico elevado nível de conhecimentos, levam o director do estabelecimento prisional a depositar nele grande confiança, e torna-o seu contabilista, forçando-o a falsear documentos e a fazer "lavagem de dinheiro", enriquecendo à custa do recluso… mas o destino, muitas vezes, acaba por trocar as voltas.

Andy observa, como funciona uma prisão. Apaixonado pela geologia, com um pequenino martelo vai construindo pequenas peças de xadrez e apercebe-se de quão afastados da realidade estão os reclusos, e como, por exemplo, uma música ou um livro podem tocar no coração de cada um.

Não desvendarei muito mais do filme. Apenas posso dizer que vale muito a pena ver. As emoções que são transmitidas pelas fortes amizades que são criadas dentro das prisões. A diferença entre o valor de uma cerveja dentro e fora da prisão. A falsidade constante da “Autoridade” que exerce o “Poder” (manipulando os condenados). A importância das coisas simples. Os reencontros. As amizades. São tudo factores que podem fazer ” mover montanhas”.

É um filme que me faz lembrar uma fábula que fala de elefantes...Estes quando são pequeninos e nascem nos circos, são amarrados a uma pequena árvore. Tentam soltar-se e com a sua pouca força até então, não conseguem libertar-se. A robustez de um elefante bebé, não lhe dá forças para arrebentar com a corda e se soltar. O animal desiste. O tempo passa. A estatura e força do elefante crescem abruptamente, mas o elefante adulto continua agarrado à ideia do passado e não experimenta tentar novamente partir a corda. Não tenta, pois não acredita nele próprio. Metaforicamente, podemos associar o Andy a um “elefante” nunca deixou de puxar a corda… e está sempre consciente da força que tem para conseguir a liberdade… se não desistir!

1 comentário:

  1. Um filme muito bonito. Tem passagens filosóficas que nos inspiram. Andy é uma personagem preseverante e com uma força interior do tamanho do Evereste.

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