domingo, 17 de abril de 2011

'15 filmes da minha vida' - Nº06 - Cidade dos Anjos (1998)



É um filme que já vi umas 3 vezes e não me canso de o rever. A história é divinal (literalmente). O filme gira em torno de anjos e seres humanos, carnais e a sua relação. Todas as virtudes que um anjo pode ter…os seus poderes de omnipresença, de imortalidade, de invisibilidade, contrapõem-se com a sua ausência sensações boas ou más que a vida pode oferecer. A estas restrições, abre-se a excepção aos fortes sentimentos de amor e paixão que Seth “Pratos” ;-) (Nicolas Cage), consegue sentir por Maggie Rice (Meg Ryan).

É um filme com um argumento emocional muito poderoso, em que as sensações de amor/paixão são postas à prova a uma médica, que muito céptica relativamente à religião, lida diariamente com a ténue fronteira entre a vida e a morte, salvando (ou não) vidas, dos seus pacientes.

Já Seth, passa a eternidade, acompanhando os humanos, ouvindo todos os seus pensamentos, lado a lado nos seus quotidianos, intervindo ou não em alguns momentos das suas vidas, mas isentos aos sentimentos. Tal situação fá-lo questionar o seu companheiro “De que servem as nossas “asas de cartolina”, se não conseguimos sentir o vento nas nossas caras?”

Vive na invisibilidade, aparecendo na vida real em circunstancias decisivas, sendo uma delas… os momentos finais de cada vida. O que a ciência chama de “delírios”, são no filme, os humanos já à beira da morte, a falarem com os “comissários” de boas vindas à vida depois da morte.

Num dos momentos de angústia da médica, por esta não ter conseguido salvar a vida de um dos seus pacientes, mesmo tendo feito tudo o que estava ao seu alcance, Seth, invisível ao seu lado, sente que ela “sentiu” a presença de uma força superior. Que conseguiu senti-lo a ele na sua forma incorpórea, olhando-o directamente para a alma.

É aberta uma porta: abdica-se da imortalidade, para se poder viver uma vida materializada, tendo consciência de que na vida também há dor e dissabores, mas também há a certeza de que se pode encontrar o amor. É essa porta que Sath decide abrir, indo ao encontro de Maggie, aquela que se torna a sua razão de viver.

É um filme excelente e não tem que ter obrigatoriamente um happy-end . No final o protagonista é questionado se vale a pena passar de eterno e imortal, para efémero e mortal ao que este responde “Prefiro ter sido beijado uma vez, ter sido abraçado uma vez e ter sido tocado uma vez, do que passar uma eternidade sem o experimentar”.

Como esta existem muitas outras frases com conteúdos “potentes” que enriquecem o argumento do filme, não se tornando aborrecido (na minha opinião) ver e rever o filme, pois cada vez que o revemos, descobrimos novas mensagens.

A banda sonora é fenomenal, com músicas espectaculares, das quais destaco “Angels” (Sarah Mclaughlin), “Live a Beatiful Life (Adam Nunes)”, “Uninveted” (Allanis Moriset), “Iris” (Goo Goo Dols) e “If God Send His Angels” (U2) – Entre muitas outras.

Sugiro que as ouçam no Youtube e sintam as emoções que elas transmitem e o conteúdo das suas mensagens. As suas letras relatam parte do filme e dão para perceber “ao que vamos” quando vamos ver o “City of Angels”.

1 comentário:

  1. Agora que leio as tuas linhas, está-me a dar uma vontade de rever o filme. Também fiquei impressionado na altura que o vi. Esta história, que é invulgar, faz-nos pensar na vida, no amor e na nossa condição (i)mortal.
    Um abraço!

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