sábado, 11 de dezembro de 2010

O Concerto (Le Concert) - 2009



Imaginemos que a orquestra da Gulbenkian recebia um convite por fax para ir actuar em Paris. Entretanto quando o fax chega, quem o recebe é o empregado das limpezas, que decide ir ele e os seus amigos músicos em vez de ir a verdadeira Orquestra. Engraçado? Pois o filme gira à volta desta ideia mas substituímos a Gulbenkian pela Orquestra russa “Bolshoï”.

O argumento do filme passeia à volta desta tematica. Um antigo conceituado maestro da União Soviética Andreï Filipov (Aleksey Guskov), é destituído do cargo, pelo regime soviético por não aceitar separar-se de alguns dos seus músicos apenas por estes serem judeus. Em resultado disso acaba destituído de Maestro e passa o resto dos dias como empregado de limpezas no teatro de Moscovo.

Um dia está a fazer a limpeza no escritório e recebe um fax endereçado à direcção do teatro, uma proposta de Paris para a Orquestra “Bolshoï” ir actuar num dos maiores palcos europeus. O ex-maestro rouba o fax e decide reunir todos os seus antigos músicos e todos eles fazerem-se passar pela verdadeira e actual orquestra russa e tocarem um dos temas principais de Tchaikovsky.

O filme é uma comédia/drama, mas considero que o drama pesa mais no prato da balança. Poderiam realmente ter sido colocadas mais umas “pitadinhas” de comédia no filme.

O reagrupar de todos os antigos colegas, cada um com suas caricatas características, desde ciganos, judeus, vendedores, mendigos, passando por outros ex-músicos com peculiares características… podia contribuir para desenvolver o potencial de comédia do filme, mantendo a mesma intensidade dramática.

A música clássica carrega bastante o filme de drama e emoções. O destino leva a que a Orquestra actue conjuntamente com uma bela e prestigiada violinista francesa Anne-Marie Jacquet (Mélanie Laurent). O aparecimento desta personagem na viagem a Paris “toca” a toda a Orquestra, muito especialmente ao maestro já que esta teve/têm um papel muito importante na sua vida passada.

Um coliseu completamente repleto, uma Orquestra cheia de vontade e talento, uma violonista muito profissional e motivada, tocam uma música que, até mesmo para quem não aprecia música clássica, faz arrepiar. Durante a actuação, enquanto a jovem violinista e o maestro vão trocando olhares, este vai tendo flashes de quão bom vai ser o seu futuro, o da sua orquestra e o da violinista.

De zero a dez dou um 6,5 valores. ;-)

Sem comentários:

Enviar um comentário