terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ondine - 2010


As histórias de pescadores são das mais interessantes que podem haver. São sempre habitadas pela imensidão do mar e por criaturas misteriosas ou perigosas. O oceano inspira-nos e faz-nos sonhar mas também nos assusta e nos coloca no nosso pequeno lugar terreno. Todos estes elementos são os melhores ingredientes para se gostar de uma história de mar. Ondine, o filme do realizador Neil Jordan com os actores principais Colin Farrel e Alicja Bachleda-Curuś, é um desses casos. Antes de ver o filme, senti-me seduzido pelas imagens presentes no cartaz: as cores húmidas e enubladas das paisagens, o olhar longo do pescador e os traços endeusados da mulher que podia ser muito bem uma ondine, uma selkie, ou uma sereia… Os nomes referem-se a personagens mitológicas, criadas pelos humanos para representarem os seus sonhos e as fatalidades da sua condição mundana. Ondine é uma mulher-deusa que vive no mar e que amaldiçoa o seu marido infiel. Ela ganhará uma alma casando com um homem em terra e sendo a mãe do seu filho. O homem em terra é o pescador, esse ser solitário que conta os seus segredos e desejos à imensidão do oceano. A verdade não é aquilo que conhecemos, é aquilo em que acreditamos.

1 comentário:

  1. Se cada vez que fosse à pesca e lançasse as redes me aparecesse uma "sardinha" daquelas, definitivamente que ia para pescador ;-).

    Gosto do forte accent escocês, do papel que o Colin Farrel desempenha e dos cenários de nevoeiro e mistério que envolvem o aparecimento de uma "sereia"... bom filme.

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