domingo, 18 de março de 2012

O Artista (2011)

O Artista...



Foi o filme que venceu a larga maioria dos Oscars de Hollyood de 2012,inclusivé o de melhor filme, e acho que foi bem entregue.

É um filme que nos consegue fazer regressar aos anos 20 do cinema oferecendo-nos a classe do “black and white”. Um exemplo de um filme, que sem diálogos (ou muito poucos) consegue cativar a nossa atenção e pelo seu conteúdo e primitividade dá cor a toda a história de um excelente argumento.

George Valentin (Jean Dujardin), na ribalta das camaras de cinema, trabalha como ator participando em muitos filmes que fazem dele um homem famoso e muito popular nos finais da segunda década do século passado, contribuindo para que até a sua relação conjugal se deteriore.

Deteriora-se a sua relação matrimonial, mas há uma que nunca se perde… um personagem que, se falasse, merecia o óscar para melhor ator secundário… um cão  é o símbolo do companheirismo, e do exemplo em como o amor que um animal sente pelo dono jamais se perde em qualquer circunstancia e pode levar, como é o caso, a que lhe salve a vida.

No meio das suas milhares de fãs, o destino quer que se cruze, ainda que de uma forma trivial, com a sua fã Peppy Miller (Bérénice Bejo). A intensidade na troca de olhares leva a que esta fã incondicional, fosse à sua procura para o mundo de Hollywood.

A sorte, misturada com a arte de bem dançar, levam a jovem para os camarins dos bastidores das realizações cinematográficas. E é pelas suas belas pernas e pelos seus dotes de dançarina, que George Valentin reencontra Peppy Miller.

Num dos momentos mais chegados, no seu camarim, George faz ver a Miller, de uma forma muda que ela já é linda mas com um pequeno toque – um sinal, o seu rosto pode ficar ainda mais bonito. Este sinal torna-se um “link” entre os dois, ajudando a que eles nunca se esqueçam. Um sinal que ela nunca apaga quando entra num palco.

Mas um volte-face no estilo cinematográfico, leva a que o orgulho de George o comece a afundar. Com o tempo, em cerca de 2 anos, passa de um rico e famoso ator de cinema a um homem triste, pobre abandonado pelo sucesso e agarrado à garrafa do álcool.




Acaba por perder tudo o que tem, exceto o seu grande e fiel amigo cão e leiloa todos os seus bens para poder sobreviver. Um pequeno leilão, onde estranhamente, todas as suas peças são compradas apenas por um homem.

Amargurado, angustiado enquanto revê as suas peliculas na sua pobre casa, um momento de ira leva a que as comece a destruir e lhes deite fogo, incendiando também a casa. Vendo o dono correr perigo o seu único e fiel amigo vai em busca de socorro e conseguem salva-lo. A ele e a uma pelicula que ele não queimou e não a quis largar por nada.

Sabendo da notícia, Miller leva-o para sua casa e este agradece… o seu orgulho leva-o a não aceitar propostas de Miller para participar em novos filmes do género que ele recusou contracenar. E acaba por se rever no papel da sua antiga mulher: abandonado por outra pessoa que bajulada pela fama não lhe dá a atenção que ele desejava.

O filme dá voltas e mais voltas, são postos de parte orgulhos e preconceitos e no final Miller e George acabam por criar eles o seu próprio estilo de atuação… e as 2 estrelas sobem ao palco num estilo muito próprio, pelo qual se reencontraram – a dança.



Vejam que vale a pena.