sábado, 30 de abril de 2011

'15 filmes da minha vida' - Nº05 - Se7en – Sete Pecados Mortais



Morgan Freeman, no meu top de filmes já é a terceira vez que aparece! Representou nos filmes "Million Dollar Baby", "Os Condenados de Shawshan" e agora em "Seven". Dá para ver que o considero um dos melhores actores da actualidade. Com os seus quase 75 anos de idade, continua a representar. Adoro os filmes dele.

Desta vez, numa obra cinematográfica do realizador David Fincher e no papel de Detective Lt. William Somerset, contracena com Brad Pitt (Detective David Mills) e Kevin Spacey (John Doe).

Detective William é um detective a dias de se reformar, enquanto Detective David Mills é um policia recém admitido como detective, impetuoso e pensa que conhece todo o mundo do crime (mas está muito enganado). Ambos vêem-se envolvido na resolução de um caso de policia bizarro, de um serial killer – John Doe, que vai assassinando pessoas de forma estranha e atroz.

O número de assassinatos cometidos pelo Serial killer são 7, e ao fim do terceiro a perspicácia dos 2 detectives chega a uma importante conclusão: Cada assassínio está associado a um dos sete pecados capitas - Preguiça, Gula, Avareza, Luxúria, Ira, Inveja, Orgulho.

Não obrigatoriamente pela ordem que menciono, mas cada assassinato está associado a fantasias, devaneios e frustrações de um psicopata.

Detective William não tem família já Mills está bastante apaixonado e à espera de um filho. O desenrolar do filme leva a que os personagens, especialmente Mills, venham a constar na lista de particularidades que o assassino atribui a alguns dos sete pecados, fazendo partes deles.

Gostei do “clima” que se gerou durante todo o filme, o suspense, a surpresa e a forma de um Serial Killer actuar, aparentando uma enorme calma e pacatez, não é visto uma única vez a assassinar nenhuma das vitimas, mas os resultados dos seus actos são grotescos.

Como é habito, não revelo o final do filme. É surpreendente sem aqueles habituais cliché´s, antes pelo contrário, muita surpresa.

Não é “capital” mas considero que é um “pecado” não ver este filme!

domingo, 17 de abril de 2011

'15 filmes da minha vida' - Nº06 - Cidade dos Anjos (1998)



É um filme que já vi umas 3 vezes e não me canso de o rever. A história é divinal (literalmente). O filme gira em torno de anjos e seres humanos, carnais e a sua relação. Todas as virtudes que um anjo pode ter…os seus poderes de omnipresença, de imortalidade, de invisibilidade, contrapõem-se com a sua ausência sensações boas ou más que a vida pode oferecer. A estas restrições, abre-se a excepção aos fortes sentimentos de amor e paixão que Seth “Pratos” ;-) (Nicolas Cage), consegue sentir por Maggie Rice (Meg Ryan).

É um filme com um argumento emocional muito poderoso, em que as sensações de amor/paixão são postas à prova a uma médica, que muito céptica relativamente à religião, lida diariamente com a ténue fronteira entre a vida e a morte, salvando (ou não) vidas, dos seus pacientes.

Já Seth, passa a eternidade, acompanhando os humanos, ouvindo todos os seus pensamentos, lado a lado nos seus quotidianos, intervindo ou não em alguns momentos das suas vidas, mas isentos aos sentimentos. Tal situação fá-lo questionar o seu companheiro “De que servem as nossas “asas de cartolina”, se não conseguimos sentir o vento nas nossas caras?”

Vive na invisibilidade, aparecendo na vida real em circunstancias decisivas, sendo uma delas… os momentos finais de cada vida. O que a ciência chama de “delírios”, são no filme, os humanos já à beira da morte, a falarem com os “comissários” de boas vindas à vida depois da morte.

Num dos momentos de angústia da médica, por esta não ter conseguido salvar a vida de um dos seus pacientes, mesmo tendo feito tudo o que estava ao seu alcance, Seth, invisível ao seu lado, sente que ela “sentiu” a presença de uma força superior. Que conseguiu senti-lo a ele na sua forma incorpórea, olhando-o directamente para a alma.

É aberta uma porta: abdica-se da imortalidade, para se poder viver uma vida materializada, tendo consciência de que na vida também há dor e dissabores, mas também há a certeza de que se pode encontrar o amor. É essa porta que Sath decide abrir, indo ao encontro de Maggie, aquela que se torna a sua razão de viver.

É um filme excelente e não tem que ter obrigatoriamente um happy-end . No final o protagonista é questionado se vale a pena passar de eterno e imortal, para efémero e mortal ao que este responde “Prefiro ter sido beijado uma vez, ter sido abraçado uma vez e ter sido tocado uma vez, do que passar uma eternidade sem o experimentar”.

Como esta existem muitas outras frases com conteúdos “potentes” que enriquecem o argumento do filme, não se tornando aborrecido (na minha opinião) ver e rever o filme, pois cada vez que o revemos, descobrimos novas mensagens.

A banda sonora é fenomenal, com músicas espectaculares, das quais destaco “Angels” (Sarah Mclaughlin), “Live a Beatiful Life (Adam Nunes)”, “Uninveted” (Allanis Moriset), “Iris” (Goo Goo Dols) e “If God Send His Angels” (U2) – Entre muitas outras.

Sugiro que as ouçam no Youtube e sintam as emoções que elas transmitem e o conteúdo das suas mensagens. As suas letras relatam parte do filme e dão para perceber “ao que vamos” quando vamos ver o “City of Angels”.

domingo, 10 de abril de 2011

'15 filmes da minha vida' - Nº07 - Os Condenados de Shawshank (1994)



É um filme esplendoroso. Tinha-o visto à cerca de 5 anos e revi-o agora novamente para confirmar as minhas certezas de que se trata de um filme merecedor de um "oscar" no meu pódio de filmes.

O tempo passa… é um filme que remonta a 1994 (já lá vão 17 anos) e são visíveis os sinais do tempo nos grandes actores Morgan Freeman e Tim Robbins.

Tal como o meu 15º filme (Million Dollar Baby), este é um filme, cuja história é narrada por Morgan Freeman (Red), que é o grande amigo do personagem principal - Andy (Tim Robbins).

Andy é um banqueiro, muito bem profissionalmente, que se vê traído pela mulher com outro homem, e posteriormente, traído pela justiça, acabando, injustamente, por ser condenado a prisão perpétua.

Andy, entra na prisão como “new fish”, mas com o tempo acaba por se inserir no meio e vai-se apercebendo como funciona aquele mundo. É um filme que aborda o conceito de “institucionalização”, e que poderia servir de exemplo para aulas de psicologia e sociologia.

Um recluso preso à décadas, é uma pessoa que se adaptou a um meio, onde criou laços durante quase uma vida. Quando lhe é concedida liberdade, essa liberdade é encarada com um mix de alegria e tristeza. Alegria porque sempre foi o que desejou desde que para ali entrou, mas por outro lado, tristeza e medo (que podem ser fatais), consciente da sua fragilidade para um novo mundo (tão diferente daquele que deixou antes de entrar), e desprovidos de qualquer apoio familiar.

Essa forte “institucionalização” que está enraizada nos ex-reclusos, fá-los, no seu quotidiano, tomarem atitudes tão ridículas como pedir autorização para ir à casa de banho (como se a sua vida se continuasse a ser uma prisão).

Estas situações são visíveis nalguns reclusos, colegas de Andy, que vão abandonando a prisão, mas não é o caso do actor principal. Andy, sonha… e o seu atípico elevado nível de conhecimentos, levam o director do estabelecimento prisional a depositar nele grande confiança, e torna-o seu contabilista, forçando-o a falsear documentos e a fazer "lavagem de dinheiro", enriquecendo à custa do recluso… mas o destino, muitas vezes, acaba por trocar as voltas.

Andy observa, como funciona uma prisão. Apaixonado pela geologia, com um pequenino martelo vai construindo pequenas peças de xadrez e apercebe-se de quão afastados da realidade estão os reclusos, e como, por exemplo, uma música ou um livro podem tocar no coração de cada um.

Não desvendarei muito mais do filme. Apenas posso dizer que vale muito a pena ver. As emoções que são transmitidas pelas fortes amizades que são criadas dentro das prisões. A diferença entre o valor de uma cerveja dentro e fora da prisão. A falsidade constante da “Autoridade” que exerce o “Poder” (manipulando os condenados). A importância das coisas simples. Os reencontros. As amizades. São tudo factores que podem fazer ” mover montanhas”.

É um filme que me faz lembrar uma fábula que fala de elefantes...Estes quando são pequeninos e nascem nos circos, são amarrados a uma pequena árvore. Tentam soltar-se e com a sua pouca força até então, não conseguem libertar-se. A robustez de um elefante bebé, não lhe dá forças para arrebentar com a corda e se soltar. O animal desiste. O tempo passa. A estatura e força do elefante crescem abruptamente, mas o elefante adulto continua agarrado à ideia do passado e não experimenta tentar novamente partir a corda. Não tenta, pois não acredita nele próprio. Metaforicamente, podemos associar o Andy a um “elefante” nunca deixou de puxar a corda… e está sempre consciente da força que tem para conseguir a liberdade… se não desistir!

domingo, 3 de abril de 2011

'15 filmes da minha vida' - Nº08 - Gladiador (2000)



Adoro filmes que nos levam para o passado! Filmes cujo ambiente nos catapulta para épocas que estamos habituados a ler nos livros de história. Este filme, de Ridley Scott, é um deles… como seria o império Romano, por volta dos séculos II e III, como seria a cidade de Roma? Quais seriam os hábitos e costumes da época? Como se comportavam as pessoas? Como era possível que Homens pudessem ser tratados como (ou pior) que animais?

Máximus (Russel Crow), é um General romano ao serviço do imperador Marco Aurélio (Richard Harris) que demonstra enormes conhecimentos de estratégia e orientação. E liderando enormes regimentos, vai vencendo sucessivas batalhas e Campanhas contra os Bárbaros e conquistando fortemente a confiança do Imperador.

Quase no final da vida de Marco Aurélio,após mais uma vitória na Germânia, e em sinal de gratidão, o imperador pede para que o General diga qual o seu maior desejo, e este pede para voltar para casa, junto da mulher e do filho que tanto ama. Uma modesta casa no meio do campo.

Mas o que o imperador pretende dar ao guerreiro é a coroa de Imperador. Tornando-o num César. Cómodos (Joaquin Phoenix), o sucessor legítimo, filho do imperador, ao saber das intenções do pai, toma rapidamente as suas (drásticas) providências e apressa o processo de sucessão, tornando-se o novo imperador de Roma.

Ordena que Máximus lhe preste veneração e obediência. Este, apercebendo-se das intenções do anterior imperador e da forma súbita que ele morreu, vira-lhe costas e decide partir para a junto de quem ele realmente amava – a sua mulher e o seu filho.

Mas Cómodos troca-lhe as voltas ao destino, manda destruir o seu lar, e assassinar a sua família, das piores formas possíveis.

E como diz o trailler, “Um General, transforma-se em Escravo, que se transforma em Gladiador…”. Um Gladiador que ali está, para servir Roma, mas acima de tudo para se vingar.

Desde que Cómodo, chega ao poder Lucila (Connie Nielsen), sua irmã, não lhe reconhece qualquer autoridade (fá-lo apenas porque se vê obrigada e caso contrário seria punida), antes pelo contrário… despoleta-lhe sentimentos de ódio e pudor pela horrenda forma como o seu irmão pretende seguir as pegadas do pai.

Feito escravo e gladiador, a forma como Máximus lidou com cada situação, nas Arenas, no Coliseu e nos seus bastidores, sempre com o apoio de Lucila, conquista cada plateia em cada um dos seus combates e passa a ser amado e o ídolo dos romanos começando a ser mais venerado que o próprio imperador Cómodo.

Organizações, empresas, equipas, lideres, podem aprender muito com este filme. É uma autêntica lição em como a coragem, a força e a honra podem ser os pilares para se conseguirem atingir os objectivos que pretendemos.

Mostra-nos que é possível vencer obstáculos que achamos impossíveis, mesmo quando perdemos tudo o que temos e amamos. Havendo coragem para recomeçar, procurando uma razão e motivações para a vida, passo a passo, conseguimos chegar cada vez mais longe.

Apresenta-nos a maneira de gerir uma equipa e de que forma se consegue criar um forte espírito de união, onde cada companheiro da nossa equipa, parece ser do nosso sangue.

Toda a envolvência, os cenários, os hábitos e trajes romanos bem como a banda sonora do filme, prendem-nos àquela Era Romana e só mesmo no final é que voltamos à realidade e nos apercebemos que já lá vão quase 20 séculos.

'15 filmes da minha vida' - Nº6 - Antes do Amanhecer (1995) e Antes do Anoitecer (2004)

O amor é um pequeno fenómeno que por aí anda, à espera que nós o encontremos. O amor está perto ou está longe. O amor não é um X desenhado no mapa de um tesouro. Ele está em todo o lado e pode ser encontrado em todos os lugares. Às vezes surge quando menos se espera e outras vezes esconde-se para mais tarde voltar a fazer a sua aparição.
Nesta posição da lista de 15 filmes da minha vida resolvi juntar dois filmes. Ambos fazem parte duma história de amor e de descoberta, dum romance, dum conto vivido por duas pessoas em fases diferentes do tempo. Os filmes de que falo são ‘Antes do Amanhecer’ e ‘Antes do Anoitecer’.
No primeiro, dois jovens conhecem-se dentro de uma carruagem de comboio que viaja por uma linha de caminho de ferro europeia. Ele é um rapaz americano que está a descobrir a Europa. Ela é uma curiosa rapariga francesa que viaja de regresso a casa. Os momentos que se seguem são de brilho e de magia. Os dois jovens iniciam um percurso comum, ainda dentro do comboio, e que culmina em Viena, onde se enamoram definitivamente. Durante o entardecer e até ao amanhecer, Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Deply), percorrem ruas e locais de Viena. Afirmam-se e questionam-se, brincam e são sérios, provocam-se e seduzem-se. Os dois despem as suas almas e envolvem-se nas suas narrativas. Estão a apaixonar-se.
Antes do Amanhecer termina com a manifestação de uma esperança mútua em se encontrarem mais tarde. Mais uma vez, na estação de comboios onde Celine se despede de Jesse, ambos tremem pelo adeus que está tão perto. As emoções fortes vividas nas últimas horas palpitam nos corações dos dois. Eles querem voltar a ver-se. Combinam encontrar-se passados 6 meses, mesmo ali no local que agora pisam, desta vez em pleno Dezembro.

Em 2004 passa-se o outro filme, Antes do Anoitecer. Jesse está outra vez na Europa e Celine continua a viver em Paris. Passados 9 anos, os dois voltam a cruzar os seus caminhos. Jesse tornou-se escritor e apresenta um livro na cidade luz. Um livro em que fala de uma mulher, uma mulher talvez demasiado familiar a Celine. Os momentos que se seguem no filme são passados em tempo real, à semelhança de Antes do Amanhecer. Agora, homem e mulher, celebram o acaso do destino de se voltarem a ver. Não como tinham combinado, 6 meses, depois da primeira vez, mas 9 anos depois. Os dois falam de vidas, de sonhos, de paixões e de desilusões. Olham para o que tem acontecido nas suas vidas desde a última vez que se encontraram há 9 anos, em Viena. Discutem também sociedade e política. A vida trouxe a ambos novas experiências e novas perspectivas sobre o mundo à sua volta. Mas será que tudo mudou na vida dos dois? De que forma? Nas caras e nos discursos de cada um deles, há muito mais do que meras palavras. Para Jesse e Celine, o facto de estarem juntos outra vez é um acaso a que eles querem atribuir um sentido.
Estes dois filmes, realizados por Richard Linklater, descrevem o encantamento. A doce viagem de a pouco e pouco irmos gostando de outro ser ao ponto de só querermos estar ao seu lado. São filmes credíveis invadidos por sentimentos bons. Por mais que o tempo passe, a nossa essência perdura.