The Box

Entregavam-te uma caixa com um botão! Se carregasses nesse botão ganharias 1 milhão de dólares, mas… simultaneamente, alguém no mundo morreria! Qual a atitude que tomarias se a tua família estivesse a passar por dificuldades? É este o dilema com que Cameron Diaz, no papel de Norma Lewis, se depara!

Uma ideia brilhante para argumento de um filme, mas que poderia ser melhor explorada… o homem que entrega a caixa é uma figura com o rosto desfigurado que estranhamente sabe tudo o que se passa à sua volta… E à volta dos personagens!!

Não sei (sei mas não digo ;-)), se o botão é ou não pressionado, mas se for esse caso, os familiares podem-se deparar com outros dilemas que podem passar por definir os futuros dos seus entes!

Como disse, o argumento está sub-aproveitado e umas cenas confusas pelo meio, entre o limbo da vida e da morte, tornam a história algo confusa! Mas ver o filme não é tempo perdido.

Conheço quem, redondamente diz que "NÃO", para outras dependia da situação, e outras ponderariam o "SIM"... e tu? Carregarias no botão?

Invictus

Mais uma vez uma obra de arte do grande realizador Clint Eastwood. Nem a idade lhe trava a imaginação! Desta vez realizou um filme que retrata a saída de Nelson Mandela da prisão, e o seu confronto com uma África do Sul repartida em facções raciais… Apela à união, mas esta não se consegue “do dia para a noite”… Vendo o estado do país, observa a forma como o desporto consegue movimentar “massas” e construir uma união dos valores nacionais!
Assim, não se restringindo aos bastidores da politica em Pretoria, aposta na selecção de futebol americano do país ( já desacreditada pelo povo), e transforma os seus fracos resultados, em excelentes exibições. É através do capitão, que consegue depositar esperanças e forças nessa selecção e pela conquista de bons resultados cria uma forte coesão patriótica.

Achei excelente o desempenho de Morgan Freeman… a sua perfeita caracterização do “Mandiba”, a sua brilhante representação (o “accent” do inglês sul-africano, as debilidades do personagem, etc.), justificavam um Oscar de melhor actor!

Realço também a singular banda sonora e o bom desempenho de Matt Damon como actor secundário, que consegue enquanto capitão, transmitir a cada jogador a mensagem “I´m the master of my fait… i´m the captain of my soul…”, e fazer brilhar a selecção e o país.

Parabéns Clint Eastwood !

Se ainda não viste, vai ver! E de preferência a uma sala de cinema... vale a pena!!

Estado de Guerra

O grande vencedor dos Óscares de 2010! É no meu ponto de vista, um bom filme, mas entendo que a atribuição de um prémio como o Óscar de melhor filme, tem alguma pontinha de exagero!! Considero o argumento do filme “pobre”… O filme transporta-nos para um mundo dramático mas real, onde a sobrevivência, através dos instintos face aos problemas, pode ser a solução. O que traz alguma mais valia ao filme, não é a história em si, mas a acção, os efeitos especiais e o retrato do que pode ser vivido num “estado de guerra”.

A cena passa-se num campo de batalha no Iraque, onde um Pelotão procura manter a paz na cidade de Bagdad.

O conteúdo resume-se a um Sargento (Jeremy Renner) com experiência e traquejo em situações de desarmamento de explosivos, que tenta transmitir aos colegas de equipa que a adrenalina num estado de guerra, pode ser muitas vezes a solução para vencer medos e receios e tomar as decisões certas no meio do pânico.

No final, o Sargento revela qual a sua verdadeira vocação neste mundo face à guerra.

Recomendo que vejam, mas não elevem muito as expectativas!

Um Cidadão Exemplar!

Uma família feliz… o pai/marido assiste ao vivo e em sua casa, a um assalto à mão armada, onde a sua mulher e filha são assassinadas. Com a natural “dor”, o que pede é simplesmente que seja feita justiça com os 2 criminosos que praticaram o assalto. Quando esta não existe e os criminosos não têm as penas merecidas, o sentimento de revolta apodera-se deste comum cidadão, a sua vida perde sentido e decide fazer justiça com as suas próprias mãos.

Engenheiro, dotado de conhecimentos técnicos e domínio de altas tecnologias, assassina um dos criminosos (de forma muito peculiar) que mataram a sua família. É detido e quando a polícia pensa que tudo está terminado, acaba apenas de começar! Um conjunto de crimes e assassinatos cometidos por alguém que se encontra… preso! Todos os envolvidos directa ou indirectamente no processo de investigação e julgamento dos assassinos da família, encontram um destino comum… a morte. A questão que se coloca ao longo do filme, é: Como consegue um criminoso na prisão, controlar e comandar assassinatos em serie fora dela?

No meio de algumas cenas de efeitos especiais (nem todas bem conseguidas…) realçam-se os excelentes desempenhos de Gerald Butler no papel de cidadão revoltado com a justiça e Jamie Foxx no papel de policia que, nas suas investigações, confrontado com toda esta onda de assassinatos, sente permanentemente que é a próxima vitima!

Vale a pena ver!

Sandra Bullock...capaz do melhor e do pior!

Sandra Bullock… uma excelente actriz! Desempenhos de excelência em filmes como a Casa do Lago, Colisão, etc, foi este ano premiada (e muito bem) com a estatueta de ouro para melhor actriz, através do filme “The Blinde Side”!

Um bom filme, onde são espelhados valores sociais como a integração, o amor, o racismo, o acolhimento, a família… Os protagonistas são uma família abastada e feliz e “Big Mike”, um rapaz adolescente, sem família, desintegrado socialmente, com problemas de aprendizagem e sem uma mera cama para dormir. Uma noite, para escapar da intensa chuva é acolhido por Leigh Anne ( Sandra Bullock) e sua família. No entanto, vão-se formando laços afectivos e o que era para ser apenas uma noite de acolhimento transforma-se numa verdadeira família unida.

Big Mike, Desenvolve as suas capacidades de aprendizagem, e ganha um gosto pelo futebol americano que o “projecta” na vida e faz dele uma figura destacada e pretendida tornando “Um Sonho Possivel”.

Acho que “Ângulo Morto” seria um nome apropriado para este filme nossos cinemas… um ponto de vista das coisas, que não se conseguem ver, mas que existem e podem trazer à vida cenários bem reais de felicidade!

Aconselho a ver!

Entretanto… Quase simultaneamente, Sandra Bullock desempenha um papel ridículo, no filme “All About Steve”… Um filme onde o argumento roça os calcanhares da mediocridade e o desempenho da actriz é irreconhecível comparado com outros dos seus filmes

Uma mulher que se dedica a tempo inteiro ao trabalho árduo de fazer… “palavras cruzadas” , “conhece” um rapaz câmara-man e conclui (do nada) que é ele a pessoa da vida dela. Com esta ideia na cabeça passa todo o filme atrás dele enquanto ele a evita a todo o custo. A História resume-se a isto!! Filme muito pobre e digno vencedor do prémio “Razzies” (Pior Filme do Ano)

Sandra Bullock de besta a bestial ou vice-versa (como queiram ;-))

Lembra-te de Mim (2010)

Este fim de semana fui ao cinema. Gosto de filmes, passem onde passem, sejam eles vistos no sofá, na cama ou ao ar livre. Mas nos últimos tempos, tenho dado primazia ao cinema visto num anfiteatro. Deslocar-me para ver um filme, talvez um jantar prévio e... o melhor de tudo, eu estar no meio da escuridão, apenas com a tela brilhante na minha linha de visão. Tudo isto tem alimentado o meu lado ritualista e tem proporcionado aos meus sentidos experiências que marcam.
'Lembra-te de Mim'. Esta frase apelativa dava título à história a que assisti no sábado. O filme passa-se completamente mergulhado no tema família. Filhos e pais que procuram montar as peças do puzzle das suas vidas. Estão lá temas como o divórcio, a parentalidade, a ausência, o suicídio, a esperança e o amor. O filme contém vários sentimentos que pertencem às diversas pessoas que habitam o filme e que funcionam como afluentes do rio principal, ou seja, Tyler, a personagem interpretada por Robert Pattinson (um dos actores principais da saga 'Luz e Escuridão'). No filme estão representadas as muitas situações em que uma pessoa se pode ver a sofrer. Fruto do acaso (veja-se a parte final que nos atinje com a força de uma bala...), das circunstâncias ou das más decisões. Mas está também lá a imagem da força da capacidade de decisão, do dizer sim às boas coisas da vida, as consequências de estar presente por oposição a estar ausente, o sim ao amor.

É curioso que não conhecia praticamente nada acerca deste filme e que, sendo assim, as minha expectativas eram quase inexistentes. Acabei por fim a sair da sala com uma das melhores sensações que podem existir depois de assistir a um filme: uma agitação no peito que tanto nos desiquilibra como nos reconforta.